segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

CESÁRIO VERDE





Cesário Verde (1855 - 1886) 

Vida e obra 

José Joaquim Cesário Verde,  filho de um comerciante que possuía uma loja de ferragens em Lisboa e uma quinta em Linda-a-Pastora, passa a infância entre o espaço citadino e o espaço rural, binómio que será marcante na sua obra. Em 1873 matricula-se no Curso Superior de Letras, que abandonará pouco depois, mas onde trava conhecimento com algumas figuras da vida literária, como Silva Pinto, que se tornará seu grande amigo. Durante a juventude tem a oportunidade de viajar pelos grandes centros cosmopolitas europeus (Paris e Londres), na qualidade de correspondente comercial da loja do seu pai, e deixa vários poemas dispersos por jornais e revistas, como o Diário de Notícias, o Diário da Tarde, Novidades, A Harpa, Tribuna, Mosaico, A Evolução, Ocidente, Renascença, A Ilustração ou o Jornal de Viagens, acolhidos com apreciações críticas quase sempre desfavoráveis (Ramalho Ortigão, Fialho de Almeida, Teófilo Braga) ou simplesmente ignorados. Em 1874, aparece anunciada a edição para breve de um livro de Cesário Verde, intitulado Cânticos do Realismo, o que, porém, não sucederia. A partir de 1879, desiludido com a incompreensão do mundo intelectual, Cesário dedica-se cada vez mais a apoiar o pai na loja de ferragens e na exploração da quinta. Em 1882, morre-lhe um irmão, de tuberculose, tal como a irmã, falecida dez anos antes. Aos 31 anos, ele próprio é vítima da mesma doença.
Em 1887, Silva Pinto publica a primeira edição, limitada, de O Livro de Cesário Verde, destinada a ofertas a amigos do escritor.
Só em 1901 é dada à estampa uma segunda edição, já distribuída pelas livrarias.

A poesia de Cesário Verde é prefiguradora de uma modernidade estética só inteiramente reconhecida no século XX. Como afirmou Joel Serrão, "a leitura e o estudo dos testemunhos dos conviventes de Cesário dados a público aquando da morte do poeta provam que ninguém, ninguém mesmo, entendera a excepcional qualidade da poesia que o poeta negociante legara ao sempre incerto futuro".

Com efeito, se a representação pictórica dos ambientes e a descrição plástica da realidade, alicerçada em notações sensoriais:

Chegam do gigo emanações sadias,
Oiço um canário - que infantil chilrada! -
Lidam ménages entre as gelosias.
E o sol estende, pelas frontarias,
Seus raios de laranja destilada.

(de "Num bairro moderno")

o aproximam do Realismo, do Parnasianismo e até do Naturalismo em poesia, mediante a busca do célebre livro baseado no "real" e na "análise"; se o interesse votado aos fracos e humildes ecoa ainda influências do Romantismo social, como podemos ver em:

Ali defronte mora
Uma infeliz, sem peito, os dois pulmões doentes;
Sofre de faltas de ar, morreram-lhe os parentes
E engoma para fora.

(de "Contrariedades)

não é menos verdade que a imaginação e o trabalho do poeta conduzem quase sempre a uma recriação impressionista ou fantasista da realidade.

Algumas das características principais na escrita de Cesário Verde
Um vocabulário objectivo; imagens visuais de modo a dar uma dimensão realista do mundo ( poeta- pintor); o pormenor descritivo; a mistura do físico e do moral; a combinação de sensações; o uso de sinestesias, metáforas, comparações; o emprego de dois ou mais adjectivos a qualificar o mesmo substantivo; a utilização de quadras, em versos decassilábicos ou alexandrinos.




NUM BAIRRO MODERNO
Dez horas da manhã; os transparentes
Matizam uma casa apalaçada;

Pelos jardins estancam-se as nascentes,

E fere a vista, com brancuras quentes,

A larga macadamizada.

 
Rez-de-chaussé repousam sossegados,

Abriram-se, nalguns, as persianas,

E dum ou doutro, em quartos estucados,

Ou entre a rama dos papéis pintados,

Reluzem, num almoço as porcelanas.

 
Como é saudável ter o seu conchego,

E a sua vida fácil! Eu descia,

Sem muita pressa, para o meu emprego,

Aonde agora quase sempre chego

Com as tonturas duma apoplexia.

 
E rota, pequenina, azafamada,

Notei de costas uma rapariga,

Que no xadrez marmóreo duma escada,

Como um retalho de horta aglomerada,

Pousara, ajoelhando, a sua giga.

 
E eu, apesar do sol, examinei-a;

Pôs-se de pé; ressoam-lhe os tamancos;

E abre-se-lhe o algodão azul da meia,

Se ela se curva, esguedelhada, feia

E pendurando os seus bracinhos brancos.

 
Do patamar responde-lhe um criado:

"Se te convém, despacha; não converses.

Eu não dou mais." E muito descansado,

Atira um cobre ignóbil oxidado,

Que vem bater nas faces duns alperces.

 
Subitamente - que visão de artista! -
Se eu transformasse os simples vegetais,

À luz do Sol, o intenso colorista;

Num ser humano que se mova e exista

Cheio de belas proporções carnais?!

 
 Bóiam aromas, fumos de cozinha;
Com o cabaz às costas, e vergando,

Sobem padeiros, claros de farinha;

E às portas, uma ou outra campainha

Toca, frenética, de vez em quando.

 
E eu recompunha, por anatomia,

Um novo corpo orgânico, aos bocados.

Achava os tons e as formas. Descobria

Uma cabeça numa melancia,

E nuns repolhos seios injectados.

 
As azeitonas, que nos dão o azeite,

Negras e unidas, entre verdes folhos,

São tranças dum cabelo que se ajeite;

E os nabos - ossos nus, da cor do leite,

E os cachos de uvas - os rosários de olhos.

 
Há colos, ombros, bocas, um semblante

Nas posições de certos frutos. E entre

As hortaliças, túmido, fragrante,

Como dalguém que tudo aquilo jante,

Surge um melão, que me lembrou um ventre.

 
E, como um feto, enfim, que se dilate,

Vi nos legumes carnes tentadoras,

Sangue na ginja vívida, escarlate,

Bons corações pulsando no tomate

E dedos hirtos, rubros, nas cenouras.

 
O Sol dourava o céu. E a regateira,

Como vendera a sua fresca alface

E dera o ramo de hortelã que cheira,

Voltando-se, gritou-me prazenteira:

" Não passa mais ninguém!... Se me ajudasse?! ..."

 
Eu acerquei-me dela, sem desprezo;

E, pelas duas asas a quebrar,

Nós levantámos todo aquele peso

Que ao chão de pedra resistia preso,

Com um enorme esforço muscular.

(...)

 
E pitoresca e audaz, na sua chita,

O peito erguido, os pulsos nas ilhargas,

Duma desgraça alegre que me incita,

Ela apregoa, magra, enfezadita,

As suas couves repolhudas, largas.

 
E, como as grossas pernas dum gigante,

Sem tronco, mas atléticas, inteiras

Carregam sobre a pobre caminhante,

Sobre a verdura rústica, abundante,

Duas frugais abóboras carneiras.
 
                          

ANÁLISE:

O poema "Num Bairro Moderno" é exemplificativo de um dos traços característicos da poesia de Cesário Verde - a deambulação. O poeta percorre o bairro enquanto se dirige para o emprego - " (...) Eu descia, / Sem muita pressa, para o meu emprego," (est. III, vv. 2-3) e é o seu olhar que, como uma "câmara", vai "focando" vários planos: a "casa apalaçada", os "jardins" que se estendem ao longo da "larga rua macadamizada" (est. I), os "rez-de-chaussée" cujas persianas que se abrem deixam ver pormenores do interior das casas - "quartos estucados", "papéis pintados", "porcelanas" (est. II). Note-se que tanto estes pormenores do espaço interior como as referências anteriores a elementos do espaço exterior sugerem bem-estar, o conforto que se vive neste bairro moderno e burguês; o poeta explicita-o ao introduzir com um comentário pessoal a terceira estrofe - " Como é saudável ter o seu conchego / E a sua vida fácil!" Esta ideia de conforto é sugerida não só pelas referências objectivas como pela linguagem expressiva utilizada, nomeadamente por verbos e adjectivos: "com brancuras quentes" - sinestesia, "Rez-de-chaussée repousam sossegados" - hipálage - transfere-se para as casas o ambiente de tranquilidade que se vive no seu interior e que é acentuado pela associação pleonástica do verbo "repousar" e do adjectivo "sossegado", "Reluzem, num almoço, as porcelanas."
O brilho que emana das loiças é um dos elementos que confere visualismo a esta descrição. O motivo do olhar domina a composição: "Matizam", "fere a vista", "Reluzem", "Notei", "examinei-a", são elementos lexicais que confirmam a importância que a percepção visual detém no poema. Nas estrofes IV e V o poeta refere-se à vendedeira como se o seu olhar se fixasse sobre uma imagem da qual o poeta destaca aquilo que visualmente o impressiona - "uma rapariga / Que no xadrez marmóreo duma escada, / como um retalho de horta aglomerada, / Pousara, ajoelhando, a sua giga." É de notar o forte contraste visual (sugerido) entre o branco e o negro, dispostos em xadrez, e o colorido das frutas e legumes que estão dentro da cesta. A esta associam-se outras sensações. Ainda na quinta estrofe é o som que vem completar o quadro -"ressoam-lhe os tamancos"; na oitava estrofe a associação de sensações - sinestesia- é o processo através do qual o poeta transmite a sua visão impressionista da realidade - "Bóiam aromas, fumos de cozinha;" (olfacto), "Com a cabaz às costas, e vergando, / Sobem padeiros, claros de farinha;" (visão), "E às portas, uma ou outra campainha / Toca, frenética, - hipálage - de vez em quando." (audição).
 Os "padeiros", a "regateira" são tipos sociais característicos do espaço urbano descrito. Gente do povo, contrastam com a imagem elegante, requintada do bairro burguês. Os padeiros "sobem" "vergando" sob o peso do cabaz (est. VIII); a vendedeira, frágil, é obrigada a um trabalho pesado. É sobre esta última que a atenção do poeta se detém: as indicações relativas ao aspecto físico - "pequenina" (est. IV), "esguedelhada, feia", "os (...) bracinhos brancos" (est. V), "magra", "enfezadita" (est. XIX); ao vestuário - "rota" (est. IV), "os tamancos", "abre-se-lhe o algodão azul da meia" (est. V), "na sua chita" (est. XIX) - caracterizam-na socialmente e reiteram uma ideia de debilidade, de fragilidade (recurso a diminutivos) que acentua o peso da opressão de que é vítima. Essa sugestão encontra-se igualmente nas expressões que relatam os movimentos e gestos da rapariga sobretudo na expressividade dos verbos utilizados: "ajoelhando" (est. IV), "se curva", "pendurando" (est. V), "Nós levantámos todo aquele peso / Que ao chão de pedra resistia preso / Com um enorme esforço muscular." (est. XIV), "Carregam sobre a pobre caminhante" (est. XX). Contudo, apesar de feia e desprezada é por ela que o sujeito poético nutre simpatia. A subjectividade do poeta está presente em expressões como as da sexta estrofe em que o criado (um outro tipo social), "do patamar", isto é, de cima, altivo, "muito descansado", em contraste com a vendedeira, "Atira um cobre ignóbil" (hipálage), integrando deste modo no poema a crítica à desigualdade e injustiça social. Para além de que é "sem desprezo" (est. XIV) que o poeta auxilia a "regateira", comungando com ela dum mesmo esforço e tornando-se como que solidário da sua condição. Aliás, a forte consciência da injustiça e de opressão parece ser exclusiva do poeta, pois a rapariga enfrenta-os com a coragem e alegria - "E pitoresca a audaz (...) / O peito erguido, os pulsos nas ilhargas, / Duma desgraça alegre que me incita, / Ela apregoa (...) / As suas couves repolhudas, largas."
 Neste texto alternam as referências concretas a elementos objectivos que compõem o espaço (físico e social) e a expressão subjectiva do sujeito lírico. Este não se limita a descrever lugares e personagens. A descrição é com frequência impressionista e aos elementos descritos o poeta associa o seu estado psicológico, É o que acontece na terceira estrofe quando, para além de comentar o que vê, o sujeito afirma "quase sempre chega / Com as tonturas de uma apoplexia" ou se mostra "contagiado" pela força interior da rapariga - "Duma desgraça alegre que me incita" (est. XIX). No entanto, é nas estrofes sete e nove a doze que a presença de um "eu" lírico assume particular relevo:
"Subitamente - que visão de artista! - / Se eu transformasse os simples vegetais, / A luz do sol, o intenso colorista, / Num ser humano que se mova e exista / Cheio de belas proporções carnais?!" (est. VII). Através da imaginação, o sujeito transfigura poeticamente a realidade exterior, estabelecendo associações entre "os simples vegetais" e partes de um corpo humano. Os verbos utilizados na estrofe nove apontam precisamente para essa reconstrução do real elaborada mediante a fantasia - "recompunha", "Achava", "Descobria". A estas formas no Pretérito Imperfeito, sucede-se o Presente do Indicativo - "São" (est. X) - estabelecendo-se assim um percurso entre o acto de imaginar (de recompor a realidade) e a existência real, presente de um universo, o universo poético que resulta da criação. Universo que, neste caso, como é comum na poesia de Cesário Verde, assume contornos plásticos, características pictóricas - são "os tons e as formas" (est. IX), "as posições" (est. XI) dos frutos e dos vegetais que possibilitam a associação de ideias na qual consiste esta transfiguração.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O Realismo



"Arrufos" de Belmiro de Almeida
 
Realismo

A Questão Coimbrã está na origem de uma renovação literária à qual a França deu o seu impulso. Sente-se a crise religiosa no Positivismo de Auguste Comte. Renan com o seu ateísmo, Michelet e o seu anticlericalismo, o socialismo de Proudhon vão determinar essa renovação que se opera na segunda metade do século XIX. Também o Determinismo e o Naturalismo de Taine e, na literatura, Flaubert e Baudelaire, Alphonse Daudet, Balzac e Zola, uns com o romance realista e o Parnasianismo, outros com o romance naturalista, exercem a sua influência nessa viragem que se opera. 
Em Portugal agitava-se o mesmo sentido reformista em Coimbra (1860-1865), onde uma falange de jovens devorava Proudhon, Zola, Renan, Victor Hugo, entre outros e, em breve, se fez sentir essa rajada ideológica de natureza social e política nas Odes Modernas (1865) de Antero e na Visão dos Tempos e Tempestades Sonoras (1864) de Teófilo Braga. 
É o rastilho da Questão Coimbrã à qual se seguem, depois, as Conferências do Casino Lisbonense, nas quais Eça pronuncia uma conferência com o título «O realismo como nova expressão de arte», enunciando os seguintes princípios: «É a negação da arte pela arte; é a prescrição do convencional, do enfático, do piegas. É a abolição da retórica considerada como arte de promover a comoção usando da inchação do período, da epilepsia da palavra, da gestão dos tropos. É a análise com o fito na verdade absoluta. Por outro lado, o Realismo é uma reacção contra o Romantismo: o Romantismo era a apoteose do sentimento. O Realismo é anatomia do carácter. É a crítica do homem. É a arte que nos pinta a nossos próprios olhos para condenar o que houver de mau na nossa sociedade»
Nela faz referência aos quadros realistas de Courbet. Com estes parâmetros, proclama uma literatura arejada, sã, positiva, com uma natureza soalheira, viva, matizada, aberta à observação e não propensa ao devaneio. Faz-se eco de Boileau quando afirma «rien n'est beau que le vrai». 
O espírito analítico aguça o trabalho do observador, que, objectivamente, tal como o analista no laboratório, se debruça sobre os factos a explicá-los, a tentar encontrar as respectivas causas, substituindo o «eu» sujeito (subjectivismo) pelo objecto (objectivismo).
 A arte é posta ao serviço da ciência e daí o Naturalismo. É uma arte que reforma moralizando, quando põe a nu os podres de uma sociedade que a arte dos clássicos e o sentimento dos românticos tinham deixado camuflados. Diz Zola: «Cacher l'imaginaire sous le réel».
Afirma-se o impessoalismo, a objectividade, a captação das impressões pelos sentimentos, o que leva à fuga do «eu». É evidente a apetência pelo pormenor descritivo, com uma relevância especial no emprego do adjectivo, da imagem, do concreto pelo abstracto.
São postos de parte os valores espirituais, é anulado o interesse pelo passado nacional, o cosmopolitismo afirma-se. 
De francamente positivo o Realismo trouxe o enriquecimento e aperfeiçoamento da língua, com novas formas de expressão.

O Naturalismo


Pastora com o seu rebanho (Millet)


Naturalismo

Interessa ao naturalista, principalmente, encontrar o clima científico motivador do comportamento das personagens.
O Naturalismo como o definiu J. Huret em Enquêtes sur l'évolution littéraire é «um método de pensar, de ver, de reflectir, de estudar, de experimentar, uma necessidade de saber, mas não uma maneira especial de escrever» e Eça justifica determinadas situações nos seus romances - a hereditariedade, o meio ambiente em Os Maias, as pressões do momento em A Relíquia. No primeiro romance Carlos, como a mãe, era apenas instinto, desejo, produto do meio.
Também naturalista nessa obra é o realce que o autor dá ao subconsciente freudiano, sugerindo os pensamentos de Carlos após a revelação de Ega. Recebe também a influência de Zola e é naturalista.

A Questão Coimbrã





A Questão Coimbrã

Foi uma das mais importantes polémicas literárias portuguesas e a maior em todo o século XIX. No início dos anos 60, um grupo de jovens intelectuais coimbrãos vinham reagindo contra a degenerescência romântica e o atraso cultural do país.

 Em 1865, Pinheiro Chagas publica o Poema da Mocidade, em cujo posfácio o velho poeta António Feliciano de Castilho lhe fez elogios rasgados, chegando ao ponto de propor o jovem poeta para reger a cadeira de Literatura no Curso Superior de Letras. 
Foi o suficiente para de imediato Antero de Quental lançar um violento ataque num opúsculo intitulado Bom Senso e Bom Gosto. Os sectários de Castilho por um lado, e outros jovens por outro, vieram a terreiro lançar dezenas de opúsculos de cariz fortemente polémico e onde por vezes não faltava o sarcasmo mordaz e o ataque pessoal. 
Embora de origem literária, a questão alargou-se a outras áreas como a cultura, a política e a filosofia. Esta refrega durou mais de um ano e envolveu nomes que já eram ilustres, como Ramalho Ortigão e Camilo Castelo Branco.
 Ela marca, de certo modo, o início de um espírito de modernidade nas letras portuguesas, pois esses jovens intelectuais (que foram o fermento da posterior Geração de 70), manifestaram a vontade de modernizar o pensamento e a Literatura em Portugal.