A Questão Coimbrã
Foi uma das mais importantes
polémicas literárias portuguesas e a maior em todo o século XIX. No início dos
anos 60, um grupo de jovens intelectuais coimbrãos vinham reagindo contra a degenerescência
romântica e o atraso cultural do país.
Em 1865, Pinheiro Chagas publica o Poema da Mocidade, em
cujo posfácio o velho poeta António Feliciano de Castilho lhe fez elogios
rasgados, chegando ao ponto de propor o jovem poeta para reger a cadeira de Literatura
no Curso Superior de Letras.
Foi o suficiente para de imediato Antero de Quental
lançar um violento ataque num opúsculo intitulado Bom Senso e Bom Gosto. Os
sectários de Castilho por um lado, e outros jovens por outro, vieram a terreiro
lançar dezenas de opúsculos de cariz fortemente polémico e onde por vezes não
faltava o sarcasmo mordaz e o ataque pessoal.
Embora de origem literária, a questão
alargou-se a outras áreas como a cultura, a política e a filosofia. Esta
refrega durou mais de um ano e envolveu nomes que já eram ilustres, como
Ramalho Ortigão e Camilo Castelo Branco.
Ela marca, de certo modo, o início de
um espírito de modernidade nas letras portuguesas, pois esses jovens intelectuais
(que foram o fermento da posterior Geração de 70), manifestaram a vontade de
modernizar o pensamento e a Literatura em Portugal.
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